Efetivamente criada na véspera do Natal de 2006, o serviço Paris Calèches é o fruto da vontade de um homem, de uma longa preparação e da constatação, segundo a qual, em nível internacional e já há muito tempo, numerosas eram as metrópoles que ofereciam este tipo de prestação de serviço, ao passo que Paris, cidade romântica por excelência, dele não dispunha. De fato, no limiar do século XXI, parecia evidente para o seu criador, Philippe Delon, que era algo natural oferecer passeios em carruagens na capital francesa, tanto aos turistas quanto aos parisienses.
Aposentadas em 1965 (a última cocheira, Rachel DORANGE, conduzia a sua carruagem na rotatória dos Champs-Élysées), as carruagens já não eram mais tão queridas no início dos anos 1970, justamente quando Paris tornava-se o reino do automóvel e as principais vias de tráfego, tais como o anel viário ou as marginais se transformavam em vias rápidas. Ao longo dos anos 1980 e 1990, algumas tentativas de reintrodução das carruagens não tiveram êxito, por falta de consenso administrativo e político.
Em janeiro de 2003, estimulado pela experiência adquirida na criação e administração de empresas, Philippe Delon deu início a uma consulta aos detentores de mandatos eletivos, funcionários de administrações regionais, membros das forças de segurança pública, bem como aos gabinetes ministeriais, a fim de conhecer o estado de espírito dos diferentes atores envolvidos por este projeto. Inesperadamente, a receptividade foi positiva, condizente com o advento dos meios de transportes mais suaves, com o desenvolvimento sustentável ou ainda com o interesse pelas energias renováveis. Quatro anos de discussões e 150 reuniões mais tarde, após o Prefeito de Paris Bertrand Delanoë e o Ministro do Interior à época Nicolas Sarkozy, entre outros, terem dado o seu parecer em princípio favorável, a première carruagem foi reintroduzida em Paris, aos pés da Torre Eiffel, em 23 de dezembro de 2006.
A despeito de tentativas de proibição de estacionamento aos pés da Torre Eiffel, realizadas pelo comissariado da 7a administração regional de Paris, em maio de 2007 e junho de 2008, contravenções estabelecidas nos meses de junho e julho de 2008 pelas forças de segurança da cidade de Paris, em sintonia com a Direção dos Parques, Jardins e Áreas Verdes, em razão do "exercício não autorizado de atividade comercial em jardim público", as quais se desdobraram de fato em uma proibição de circulação nos passeios equestres do Campo de Marte (??) e em uma subsequente ação junto ao Tribunal de Polícia que culminou na liberação do primeiro e único serviço profissional permanente de carruagens de Paris cuja utilidade, confiabilidade e adaptabilidade ao tráfego foi finalmente demonstrada.